A rota da gota de chuva-
Perdida no vento-
Faz uma curva
Entre o ar poento
E a quentura do alento.
Luva de borracha
Na mão de quem trabalha
E por vezes não acha
Que confecciona uma mortalha;
Se cega e se estraçalha.
A sanidade do amante
Que sem sorte não ama,
Inda que se levante
Mais cedo da cama
Pra ver se assim se recama.
Rolam as cabeças ornadas
Com o sangue que o povo derrama.
Que nasçam ardentes feridas
No peito dúbio de quem clama
Por verdades de pura infâmia!
Ervália, 20/03/2013
Cristiano Durães
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