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quinta-feira, 7 de março de 2013

Poema do amor trepidante

Meu Deus! Quando cantam
Os demônios do coração;
Quando os eflúvios se encantam
E a sanidade insiste em dizer "não"!

Quando a amada se mostra distante
Desvanescendo os sonhos em divinal sono;
Quando é longo o instante
Em que o peito revela-se insano!
 
Quisera eu que os lábios se tocassem,
Selando o desejo que pragueja a realidade!
Quisera eu que as mãos se fechassem
Com certa ardência e lânguida vaidade!

E tu? Desejaste se perder
No ebrioso afã do amor vaporoso
Fazendo-se crer
Que meu estro é honroso?

E tu? Por que não deixas
A vida mostrar-lhe que a lua que a observa
Deixa-nos sempre à mercê das endeixas
E do veneno de estonteante erva?

E quanto a mim? Deveria crer
Que a erva venenosa que cultivo
É simples amor a me deter,
Sendo esse tão nobre e altivo?

E quanto a mim?
Por que nao aceitas os amores meus,
Tornando assim
Os meus anseios todos teus?

Ervália, 05/03/2013

Cristiano Durães

2 comentários:

  1. Ahhhhhh *-* que coisa mais linda! Difícil dizer de qual estrofe gostei mais.. O final é maravilhoso! "E quanto a mim?
    Por que nao aceitas os amores meus,
    Tornando assim
    Os meus anseios todos teus?" Vou ler mais vezes hahaha ^^

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  2. "Quisera eu que os lábios se tocassem,
    Selando o desejo que pragueja a realidade!
    Quisera eu que as mãos se fechassem
    Com certa ardência e lânguida vaidade!" Sua intensidade cai bem para os seus poemas menino! Gostei :))

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