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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Coração descadeado

Numa quarta-feira com cinzas
Anseios cinzentos
Despertam a sanidade ranzinza.

São dores quietas n'alva.
Não são sentidas ou sagradas;
São apenas covas que o peito cava.

Se eu ousasse revelar antes?
Teria no sorriso algo radiante?
Teria a manhã forças relevantes?

Se no enlevo da solidão cantasse?
Terias o peito aberto com espinho?
Deixarias que o coração- livre- pensasse?

São horas de uma manhã
Que não é sacra nem altiva,
Já que seu luzir não é louçã.

Absurdos e turbilhões de argumentos
Mostram-nos que tudo
São simples tropeços dos momentos.

Ante nada que amo sou esperto.
Me diz:
Por que meu coração não pode ser secreto?

Viçosa, 03/04/2013

Cristiano Durães

Um comentário:

  1. "Ante nada que amo sou esperto.
    Me diz:
    Por que meu coração não pode ser secreto?" Essa estrofe é a mais linda *-*

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