Há dias de sol diminuto
Nos quais o pranto é absoluto
E as rosas dos ventos
Não são rosas; tem aspectos cinzentos.
Há dias nos quais o "Lá"
É apenas um lugar com nome de acorde...
Acorde menor a entoar lá-
Onde o frio não nos acode.
Há dias de desejos sem ar
Suplicando pra poderem se corar.
Há beijos de amor verdadeiro
Que não existem nem no nevoeiro.
Há dias de sonhos em que o fim
Inicia-se com o fim de um ciclo.
E, embalde a bela lua de marfim,
Me jogo fora e depois me reciclo.
Reciclando-me eu anseio
Sem inspirar a musa ovante
Que delira o nível seio
E o sonho do torpe amante.
É um dia com medo de amar
Sem sentir o belo no ar,
Mesmo ante o infinito límpido e anil.
Como pode a vida ser tão vil?
Ervália, 10/04/2013
Cristiano Durães
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