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terça-feira, 23 de abril de 2013

Presságio dos seguintes ciclos

Que eu seja apenas esteio
A mitigar os cantos mais tórridos;
A queimar-lhe o seio
Cismando com esses devaneios ávidos.

Que esse lenir não seja ao léu.
Adamítico é esse idílio torvo
Que estilhaça-nos com o anil do céu,
Difamando-nos ante o alvo e o corvo.

Amarra-me com um trancelim
Nesse teu leito que matizo agora.
Implacável e árduo será assim
O ato de não rever a aurora.

Já que partiste no zênite,
Queima-me no regaço de gozo
A decepar os anjos de cada instante
Num devaneio pútrido e ignominioso.

Talvez no repente mais singelo
Coroaremos o negrume dos nossos leitos
Com o ideal noctívago do belo
E com o ilídio que arde nos nossos feitos.

Ervália, 23/04/2013

Cristiano Durães

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