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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Au veillée nocturne

Quando a noite à janela,
O ar emana nostalgia que anela
O passado eloquente
Que vem sorrateiro como serpente...

Os versos sõ mais infaustos!
Perfuram-nos como a imensidão dos pastos
A sustentar as vidas
Das criações desinibidas.

Não vejo aqui nenhuma filosofia.
É apenas restos do estro que partia,
Engrandecendo o ódio do pobre
Que a soberba do rico descobre.

As Três Marias são tão singelas!
É quase como os cantos que exalas!
Falo de ti, incessante noite
Que apunhala-nos vigorante.

O novo parece sempre mais belo
Do que tudo que é velho que revelo.
Mas não se assute, coração!
Hei de sempre dizer não!

E quando a noite, no ardor do leito,
Cada medo que respeito 
Desmancha-se com o som que derrama
O violão na minha cama.

Se Vênus está sempre a me sorrir,
Onde está  volúpia do devir
Que me afoga em divinal pensamento
Após rir do passado poento?

E se a lua é tão crua,
Onde está a falua
Que navega no mar de rimas
Banhadas no amor que recamas?

Mas se o negrume do fundo celeste
Em digladir conosco insite,
Por que olhamos para as estrelas
A mostrarem-se tão incrédulas?

São apenas insídias da noite.
Que o sol doirado as mate.
Não há mais tempo para a treva;
Não nos revela mais nad como revelava.

Ervália, 21/02/2013

Cristiano Durães 

2 comentários:

  1. "O novo parece sempre mais belo
    Do que tudo que é velho que revelo.
    Mas não se assute, coração!
    Hei de sempre dizer não!" Muito bom! e de certa forma me identifiquei com esse verso... xD

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  2. "Mas se o negrume do fundo celeste
    Em digladir conosco insite,
    Por que olhamos para as estrelas
    A mostrarem-se tão incrédulas?"
    Gostei, gostando :)) E a culpa é sempre das estrelas..
    Vc mergulhou mesmo no francês ein? Adorei o título ^^

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