Quando a noite à janela,
O ar emana nostalgia que anela
O passado eloquente
Que vem sorrateiro como serpente...
Os versos sõ mais infaustos!
Perfuram-nos como a imensidão dos pastos
A sustentar as vidas
Das criações desinibidas.
Não vejo aqui nenhuma filosofia.
É apenas restos do estro que partia,
Engrandecendo o ódio do pobre
Que a soberba do rico descobre.
As Três Marias são tão singelas!
É quase como os cantos que exalas!
Falo de ti, incessante noite
Que apunhala-nos vigorante.
O novo parece sempre mais belo
Do que tudo que é velho que revelo.
Mas não se assute, coração!
Hei de sempre dizer não!
E quando a noite, no ardor do leito,
Cada medo que respeito
Desmancha-se com o som que derrama
O violão na minha cama.
Se Vênus está sempre a me sorrir,
Onde está volúpia do devir
Que me afoga em divinal pensamento
Após rir do passado poento?
E se a lua é tão crua,
Onde está a falua
Que navega no mar de rimas
Banhadas no amor que recamas?
Mas se o negrume do fundo celeste
Em digladir conosco insite,
Por que olhamos para as estrelas
A mostrarem-se tão incrédulas?
São apenas insídias da noite.
Que o sol doirado as mate.
Não há mais tempo para a treva;
Não nos revela mais nad como revelava.
Ervália, 21/02/2013
Cristiano Durães
"O novo parece sempre mais belo
ResponderExcluirDo que tudo que é velho que revelo.
Mas não se assute, coração!
Hei de sempre dizer não!" Muito bom! e de certa forma me identifiquei com esse verso... xD
"Mas se o negrume do fundo celeste
ResponderExcluirEm digladir conosco insite,
Por que olhamos para as estrelas
A mostrarem-se tão incrédulas?"
Gostei, gostando :)) E a culpa é sempre das estrelas..
Vc mergulhou mesmo no francês ein? Adorei o título ^^