Sou fogo ardente
E espinho pontiagudo.
Mesmo que o sonho me atente
Eu- com escárnio- o acudo.
Sou rastro de sangue
E a mentira que emana a prece.
O devaneio mais langue
Meu existir enaltece.
Sou mistério de noite casta
E fio de espada amolado.
E mesmo quando o perecer se afasta,
Por ele eu sou amado.
Sou raio de sol alado
E lágrima em noite coberta por mortalha.
Até quando a bátega brame seu rugido,
Meu sussurro a razão estraçalha.
Não crivo as vidas
De verdades tão malfadadas.
E se eu laurear as vossas amadas,
Acreditem no júbilo das folhas amareladas.
Não sou demônio sedento
Por lágrimas salgadas e doridas.
Mas se pensam que sou anjo incauto,
Cuidado! Recamem mais as vossas vidas!
Ervália, 25/02/2013
Cristiano Durães
O poema todo é divino! Mas eu gostei demais dessa estrofe: "Sou fogo ardente
ResponderExcluirE espinho pontiagudo.
Mesmo que o sonho me atente
Eu- com escárnio- o acudo." Você já deve imaginar porque ushauhsus. E eu gosto do fogo..
"Não sou demônio sedento
ResponderExcluirPor lágrimas salgadas e doridas.
Mas se pensam que sou anjo incauto,
Cuidado! Recamem mais as vossas vidas"
A parte predileta das prediletas, é a que o lilique citou! Muito bom menino :))
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