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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Preâmbulo ao retorno à filosofia poética

                                              "O fim da poesia é o belo"
                                                   ÁLVARES DE AZEVEDO

Permita-me dizer
Que a madrugada já se consolida
Arruinando qualquer sonho
Que eu poderia ter.
Não! Não me impeça!
Não tente fazer com que eu não me renda
Às trevas dessa noite límpida!

Nos dias:
Exalo realeza;
Deslizo com o vento;
Me encho de certeza,
Tal qual futuro poento.
Sou Don Juan...
Embalsamando todas as tranças
Apenas com o olhar.

Nas noites:
Encho-me de incerteza
Pereço ao som do vento
Exalo cantos sem destreza,
Tal qual passado sangrento.
Sou qualquer poeta
Amando apenas uma musa
Apenas por amar.

Vamos! Aproveite que já embala
A modinha espanhola!
Fale-me de amores quebrados
E de estrelas ocultas
Pelo brilho do luar!
O luar é tão belo...
Mas insiste em trespassar
Meu coração mimoso;
Insiste em instigá-lo.

Ah sim...
Não se esqueça de esquecer
Do dia que já morreu.
Lembre-se de me avisar
Se é mérito ou demérito
Escrever um belo poema.
É infame a dor no peito...
Não há donzela nem mancebo!
É estúpido crer em rosas!

Mas como é belo
Escupir num coração de pedra
O mais doce amor;
A mais serena poesia.
De víbora assassina-
Vomitando insultos ferozes-
A doce rouxinol em doce canto.
Ah! É belo!
E sou poeta...
Busco o belo...

Ervália, 02/02/2013

Cristiano Durães

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