A fumaça do cigarro
Revela os raios impetuosos
Do sol que trespassa
Os galhos orvalhados e tortuosos
Da dama da noite que tudo recende.
A vigília nos torna distantes.
Por ela
Confundem-se os instantes...
As insídias da escuridão das noites
Misturam-se com a frieza das manhãs,
Nas quais os lampejos mais louçãs
Perdem o brilho de não terem acontecido.
O sol mostra-se desinibido.
A ferocidade do enleio n'alva
É a mesma ante à calmaria da tormenta;
Envenenada maçã que a vida arrancava
É o amor que nos afugenta.
A tez- em ferino desejo-
Pragueja a distância do que a acalenta.
Os lábios- sedentos por um beijo-
Tem a lembrança do derradeiro beijo que atormenta.
Sonhos dão lugar
Aos encantos mais sem graça,
Aos delírios de um amar
Que não contenta-se com a desgraça.
Mas a manhã vem a me lembrar
Que não há nada impeça
Que o prazer da poesia a se sagrar
Me conforte e me entorpeça!
http://www.youtube.com/watch?v=Bpzxf_flm8M
Ervália, 14/02/2013
Cristiano Durães
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