O amor que cultivo agora
É o eco do amor de outrora
Do qual o gritar que me apavora
Emana antes da aurora.
E o deleite do cigarro que fumo
É a sina de Deus que amo.
Nela os medos eu derramo
E praguejo a rima pobre que exclamo.
Não importa se a poesia
É mais bela sob a luz que exauria
Da vela que derretia
Mantendo acesa a chama que nutria.
Não importa se o amor que cultivo
Não é por um anjo altivo,
E sim por um medo que louvo.
Enquanto encontro-me no café que fervo.
Minorando-se o desejo ir
Os versos hão de nutrir o meu devir
Com flores serenas a me sorrir,
Nem que seja para me fazer partir.
E que importa se os anseios
Não tem condições ou meios
De afastar de todos os eflúvios
A mixórdia dos enleios?
Ervália, 14/02/2013
Cristiano Durães
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