Misericórdia, pra onde fostes?
Paus e pedras os homens lançam!
Os verbos são maléficos e ferozes!
Silentes noites de discórdia
No campo esverdeado dançam
Se perguntando pra onde fostes, Misericórdia!
Na escuma das ondas
Os grãos de areia se perderam.
É negro o mar quando faltas!
Misericórdia tão perene!
As sombras se alegram,
Mesmo que o sol acene!
Misericórdia tão fugaz!
Os tenores já solfejam
Um canto diminuto e sagaz!
Que açoite! Que medrar!
Trançados os cabelos ainda perfumam!
Que noite! Que luar!
Misericórdia, vem me mostrar
Que as mulheres já se coroam
E que as correntes irão se arrebentar!
Misericórdia, pra onde fostes?
Os sonhos futurosos choram!
Misericórdia, ainda não voltastes?
Viçosa, 13/12/2012
Cristiano Durães
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