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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Galopante e vigorante

Existe algo além
Do ecoar dos sinos de belém
E das flores a perfumar
O jardim do admirar.
Algo como crer
Sem a bíblia ler;
Algo como rocha tão fria
Que se aquece durante o dia.

Amo o termo "noctivagando",
E, noctivagando vou falando
Dos delírios mais ousados
E dos incensos mais perfumados.
Com as estrelas que brilham no céu
Hei de fazer o véu
Que cobrirá meu corpo gélido
Em seu perecer mais calado.

Trepidando as folhas no jardim;
Empoeirando-se o alvo marfim.
Os anátemas se avolumam
Quando as noites se consagram.
As espadas- já quebradas-
Ainda se dizem afiadas.
E as rimas tão pobres
Vem das mentiras que cobres.

Mentir! Para Deus mentir!
Talvez não devessemos ir
Rumo à maléfica blasfêmia
Que emana a vida boêmia...
Morrer! Por Deus morrer!
Talvez não devessemos correr
Com demasiada pressa
Para o deus que nos apressa.

Flores rochas e seus cheiros de morte.
De velórios tão castos o encarte.
As concumbinas ofendidas
Do que as princesas são mais honradas.
Distantes amores não amados
Serão em breve aqui cantados.
Incrível dor no corpo doente
Aquieta-se mostrando-se demente.

Noctivagando as tristezas voam!
Trespassando o sol os sorrisos escoam!

E antes que a dor se cale, de fato,
Existe algo que enlanguece o ato,
Como a lua que se escondia
Tornando a noite mais escura e sombria
Pouco antes que o dia
Aniquilasse a dor que me nutria.

Ervália, 10/01/2013

Cristiano Durães

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