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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Poema à musa não amada

Me dê a tua mão.
O escárnio hei de ab-rogar.
Por ti apenas enlevo no coração;
Não chega a ser um amar.

Ingênuas mãos aqui lhe escrevem.
Plácidas... ainda creem.
De langues vates uma nuvem
De lágrimas que derrama o homem.

A chuvana vidraça tamborila.
Lacrimosa nênia já foi esquecida.
Antes da dor o enlevo se cala,
Abrindo na vida uma nova ferida.

Esmorecida talvez estejas!
Em casto sono tão mais divinal
Que o calor das pelejas
Ou que dos prantos o sal.

As estrelas continuam brilhando
Mais do que meus cantos.
As flores continuam embalsamando
Mais do que os encantos.


Não me preocupo com rimas

Quando são para ti os versos.
Não me importa se amas
Os escárnios mais peversos.

O medo resvala a vida,
Como os beijos da cândida amada
Agora distante e desinibida 
Como a relva mais plácida.

Querida, eu vou deixá-la...
Mesmo que ainda não estejas comigo.
Querida, o firmamento me apunhala
Tal qual medo de que partas tão antigo.

Perder sem ter...
O homem perde a paz que não tem...
As rosas irão perder
Os perfumes que ornam o harém.

Encha meu peito de amor
E diga-me que essa é a última vez
Que rimo amor com dor! 
Roce teus lábios em minha tez!

Fita-me! Beija-me!
O arrebol delira incompleto!
Ama-me! Mostra-me!
De sonhos meu peito é repleto!

Ervália, 17/01/2013

Cristiano Durães

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