Me perdoe se o meu eu
Que conheces
Seja o que eu não uso.
Talvez o violão esteja desafinado
E suas cordas enferrujadas.
Se por tanto tempo
Os corações, versos e rosas
Foram companheiros nas noites
Mais tórridas do meu eu,
Posso trocar tudo isso
Por lápide, liberdade e plástico.
Talvez o medo de ir
Afronte a dor de ficar.
Talvez a vontade de medrar
Seja ofuscada pela sina de falhar.
Judas!
Tua traição
Enlouqueceu-o após derradeiro beijo.
A forca sorri.
No fim,
Os arranha-céus parecem pequenos
E as profundidades dos lagos
Parecem bem menores
Que as caminhadas da vida.
Ervália, 08/01/2013
Cristiano Durães
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