De grão em grão
A areia no rio escoa.
É lenta, tal qual vento
onde outros grãos
Se perdem.
Gota a gota
O rio foge à imensidão
Do mar que o espera
Sempre mais belo
E mais tonante
Do que o rio
Sempre foi.
A pedra morna
Tem menos estro
Do que a areia-
Tão clara e fina
Onde escrevo
Os substantivos aleatórios
Que ganham sentido
Ao ver a água chegando.
Espero que a ondinha
Apague o nome que ali escrevi.
Mas que a brisa tão amena
Não apague o passado,
O presente e a incerteza
Que deixei gravado
Longe da margem do rio
Onde os desejos eu guardo.
Rio Pomba, 03/01/2012
Cristiano Durães
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