Por ti...
As trevas da noite
Eu trespassei feliz!
No frio de açoite
Neguei-me à meretriz!
Por ti...
Rocei os lábios nas rosas mais belas.
Arranquei as pétalas da margarida pálida...
Sagrei as canções mais singelas
E a estrofe mais amada.
Por ti...
Os medos enfrentei sorrindo;
Os uivos calei tranquilo.
Saltei no ventos do penedo
Sem sagrá-lo ou temê-lo.
Por ti...
Os trovões calei pensando
Na incerteza da chuva que parava.
Apaguei tal sol tão tórrido
Sem perder a luz que ele exalava.
Por ti...
A vida me sorriu contente.
A lua iluminou-me latente,
Tal qual brilho em teu olhar presente
Junto à virtude do teu abraço quente.
Por ti...
Menti para o coração pulsante.
A mente calou-se e perdeu a razão.
E o coração que amava demente
Hoje se enche de encanto e fascinação.
Amanhecendo a poesia vai se esvaindo
O sono misura-me com o fato
De para a verdade estar mentindo.
E a razão com a incerteza do ato
Chega na poesia me reprimindo.
Ah! Por ti...
Apenas por ti pensando!
A sanidade já vai andando
Entre a falta de esperança pranteando.
Visconde do Rio Branco, 05/04/2010
Cristiano Durães
Nenhum comentário:
Postar um comentário